Não dá pra ganhar sempre
Mas dá pra planejar. Nessa edição, um vinho pro momento certo, queijos no fim de semana, uísque e comida japonesa, cursos para os naturebas e o choque da conta dos pratinhos para compartilhar
Tem dias que você escolhe uma garrafa especial e ela passou do ponto. Em outros, ela não está pronta. Pior ainda, às vezes ela sofreu com luz ou calor e virou uma sopa. (Se esse assunto tocou seu calo, sugiro ler esta edição.
Tem dias que você planeja ir a muitos eventos maravilhosos de vinho, ir ao lançamento do Descorchados e seus eventos adjacentes, que acontecem nesta semana, mas aí vem uma gema crua e te atropela. Você até se recupera, mas um rotavírus vindo da educação infantil paralisa tudo ao redor e é como um segundo nocaute.
É preciso reconhecer que às vezes perdemos e bola pra frente. O melhor é esperar passar e abrir a primeira garrafa quando for possível respirar.
O vinho da América do Sul em três volumes
O Guia Descorchados, que reúne a produção de Argentina, Chile, Brasil, Uruguai e agora Bolívia e Peru e é editado pela Inner (mesma da revista Adega), saiu e eu estou aqui com meus três volumes, que são organizados numa caixinha, me divertindo com o texto do Patrício Tapia, atenta às notas de degustação do Eduardo Milan, e tirando as minhas próprias conclusões pra comentar aqui qualquer hora dessas. Se você gosta de vinho e quer um texto mais atual e informação realmente conectada com nossos tempos, recomendo. Sem falar que as listas podem ser bem úteis, considerando que há inclusive as organizadas por preço.
Garrafa da (próxima) semana
O Spider Pig Sauvignon Blanc, importado pela Uva Vinhos, é delicioso e verde, verde. Mas não me leve a mal, não tem nada a ver com a pirazina do pimentão. É supercítrico (limão taiti e siciliano), cheio de maçã (verde) e foi uma das estrelas da harmonização que a Gabriela Monteleone fez para o novo menu do restaurante Manu, de Manu Buffara, em Curitiba. No jantar, ele acompanhou o prato mais cabeça, um alho poró que era ao mesmo tempo doce e terroso, que vinha com um creme de vegetais e escondido por uma folha de massa verde numa apresentação minimalista e tão nórdica quanto o mundo contemporâneo quer. A combinação foi divina, o vinho levantou o prato e eu fico agora querendo saber quem mais ele vai levantar. Será que me levanta também? Vem da África do Sul, de Western Cape, e até onde sei não tem nada a ver com o Aranhaverso.
Brasil, país do vinho branco?
Ou sou eu que não quero saber de outro estilo? Tenho reparado aqui que os vinhos da semana são quase sempre brancos. Brancos não duram na minha casa (os tintos têm sobrado) e são os que me chamam atenção por aí. É verdade que anda quente demais e já ouvi até gente do mercado reclamando que tá difícil beber mais. Deixo aqui a pergunta e a caixa de comentários: você tem preferido os brancos? Sente falta de outros estilos por aqui?
É que, pra queijo, melhor branco mesmo
Tou insistindo no branco, mas neste fim de semana tem o Mundial do Queijo, em São Paulo, e queijo é bom mesmo com branco. (Pra esse Sauvignon Blanc aí de cima, um queijo de cabra vai ser de chorar.) O 3º Mundial do Queijo do Brasil vai desta quinta (11) a domingo (14), no Teatro B32 (na avenida Brigadeiro Faria Lima 3732). Além dos concursos que elegem melhor queijo e produtor, tem a deliciosa feira de queijos, bebidas e alimentos artesanais com mais de cem produtores. É a chance de provar coisa que, se não for ali, só na fazenda. Meio imperdível pra quem ama um laticínio.
Destilados japoneses em SP
A chef Telma Shiraishi (Aizomê), o especialista em whisky Maurício Porto (Caledonia Bar), o mixologista Rodolfo Bob, e a sommelière Yasmin Yonashiro comandam a segunda edição do House of Suntory Experience, de 24 a 27/4, na Japan House, em que celebram os conceitos de monozukuri, omotenashi e monogatari — fazer, servir e compartilhar. Tudo começa com uma masterclass com degustação dos whiskies, seguida por jantar de três etapas e finalizada com uma celebração da coquetelaria japonesa. Ingressos e informações aqui.
Vinho natural e hidromel
Neste mês, a profeta do vinho natural no Brasil, Lis Cereja, dá dois cursos: o de hidromel e meles medicinais, em que ela e João Cabral ensinam a fazer a bebida com fermentação espontânea, melomel e meteglin, além dos meles, em 21/4; e o de vinhos naturebas, em que fala sobre vinhos naturais, orgânicos e biodinâmicos, sua agricultura, história e estilos, com prova de cinco rótulos, em 20/4. Os cursos custam R$ 450 e as incrições devem ser feitas com a Lis (vai de DM).
O nome de cada coisa
Se tem algo que os nerds do vinho amam é uma decoreba. Então vai aqui um presentinho pra quem quer se deliciar e aprender vários nomes esquisitos das garrafas, das minúsculas às gigantes. A WineEnthusiast desenhou.
Só mais um golinho
Quem não se assustou com a conta ao final daqueles maravilhosos pratinhos para compartilhar que atire aqui a primeira pedra. Ah, você pode trocar Melbourne por Pinheiros, Santa Cecília ou qualquer outra hipsterlândia da sua cidade.
Vc lê a Fiona Beckett? https://substack.com/@lenamattar/note/c-43700507?r=5ljyq&utm_medium=ios&utm_source=notes-share-action
Faz um tempo que tomo MTO mais branco do que tinto, Belle. São altamente gastronômicos, refrescantes #acidezlovers podem ser bebidos mais geladinho.. tudo de bom! E menina, nem me fale em pratinhos - quase sempre as porções me parecem individuais e a conta é sempre escandalosa. Ando passando esse tipo de lugar. Se for pra compartilhar, que seja ao menos uma porção do tamanho uma porção de fritas, que tenha 10 bolinhos de sei la o que e não 3.