Se jogue no superjunho do vinho
Um monte de ref de vinho natural, feiras, mais feiras e muito amor no Dia dos Namorados
Começou o superjunho do vinho, um mês cheio desculpas para abrirmos garrafas e provarmos coisas novas, do Dia dos Namorados à chegada do inverno; da Naturebas ao Vinhos de Portugal. Nesta edição, um pouquinho de cada coisa, para deixar esse começo de mês bem animado.
Lollapalooza do Vinho Natural
Dei esse infame título à coluna da Folha desta semana em que falava sobre o vinho natural e a feira Naturebas, em São Paulo, que reúne 150 produtores de muitos países nos dias 29 e 30 de junho e muita gente adorou a piadinha, dizendo que trocaria os pés na lama pelo enterro dos fígados. Temos algumas semanas para a feira (que ainda tem ingressos para o domingo) e, para quem quer se preparar, deixo a sugestão de ouvir o episódio do podcast Que Vinho foi Esse? em que Lis Cereja, coorganizadora e fundadora da feira, fala sobre essa filosofia de vinho e de vida.
Outra dica boa é o livro “Natural Wine: An Introduction to Organic and Biodynamic Wines Made Naturally”, da minha xará Isabelle Legeron, que como o nome diz é uma excelente introdução aos vinhos feitos sem insumos enológicos e seus primos orgânicos e biodinâmicos. Na primeira parte, a autora explora e explica os conceitos, fala da importância dos solos vivos e de uma viticultura também natural, fala de fermentação e dos famigerados sulfitos, fala de paladar, defeitos e saúde. Na parte dois, temos os personagens desse universo e informações sobre feiras. E, para fechar, ela passeia por todos os estilos. O mais legal dessa parte é reconhecer muitos dos rótulos que ela cita como exemplo presentes no mercado brasileiro. É um livro de referência para qualquer um que queira se iniciar neste mundo.
Para quem já é iniciado, a dica é um livro de preço mais salgadinho, mas tão lindo que dá vontade de enquadrar cada página: “The Noble Rot Book: Wine from Another Galaxy”, escrito pelos sócios da revista e dos restaurantes homônimos Dan Keeling e Mark Andrew. Falei do primeiro, aliás, na edição passada desta newsletter, ao indicar o episódio de I’ll Drink to That em que é ele o entrevistado. O livro começa com uma introdução sobre a história da revista e dos restaurantes, templos do vinho natural na Inglaterra, e segue para capítulos que mais parecem longas reportagens escritas com charme e humor, emendando em histórias de produtores. Fecha com um glossário.
Agora, se você quer informação mais rápida, indico este texto que escrevi pra Gama:
Já ouvi de gente que encontrou uma aranha dentro de um natureba; outros, uma paixão tão grande a ponto de se levantarem bandeiras. É questão de sorte, mas os relatos dos que já beberam, seja em sites especializados ou em aplicativos de vinho, podem servir como mapa para achar o pote de ouro no fim do arco-íris.
Esta outra reportagem, também da Gama, dá rápidos perfis de personagens importantes do vinho natural no Brasil. Estão ali Lis Cereja, da Enoteca Saint VinSaint e da Naturebas; Bruno Bertoli, do Beverino; Analu Torres, que oferece cursos, degustações e viagens; e os produtores Luís Henrique Zanini, Marina Santos e Daniel Lopes.
E por que será que estes vinhos despertam tanta paixão e curiosidade e arregimentam seguidores? Num post de Instagram, Analu Torres deu a letra:
Vinhos de Portugal
Parece que o Brasil está sendo invadido por Portugal mais uma vez ou, como disse a uma assessora de imprensa que me fez o 12º convite para provar vinhos lusitanos na semana que vem, TODOS OS PORTUGUESES DO MUNDO ESTÃO AQUI (assim mesmo, em caixa alta). O motivo é o evento Vinhos de Portugal, uma feira com degustações guiadas que acontece de sexta (7) a domingo (9), no Rio de Janeiro, e no fim de semana seguinte, entre os dias 13 e 15, em São Paulo. No salão de degustação, serão apresentados quase 800 rótulos de regiões como Alentejo, Beira Interior, Dão, Lisboa, Península de Setúbal, Porto e Douro, Tejo e Vinhos Verdes. Há ainda 16 masterclasses por cidade conduzidas por especialistas. Mais informações aqui. E ingressos aqui. Semana que vem eu falo mais disso.
Hora do amor
Se o grande lance é fazer romance, deixo abaixo um listão de lugares em São Paulo para você correr e reservar (você encontra tudo no perfil do Instagram dos restaurantes). E, se não quiser sair nem cozinhar, no final também tem dica que vai te ajudar.
Carlota — O menu tem três etapas ao preço fixo de R$ 350 por pessoa (taxa de serviço à parte). Entre as opções: trouxinhas crocantes thai (frango, porco e especiarias); steak de cogumelos portobello com risoto de espinafre; filé mignon com batata roësti e molho de cerveja preta bock. Também há welcome drink em mini shots de negroni chocolate e cassis vodka tônica.
Chou — O menu com entrada, prato e sobremesa sai a R$ 261 por pessoa (bebidas e serviço à parte). Alguns pratos: aspargos grelhados com avelã e ricotta ou crudo de atum com stracciatela; bisteca de porco com batatas rústicas ou tagliatellini com camarões rosa. Reserva pelo e-mail thais@chou.com.br.
Cora — O menu custa R$ 279 e inclui entrada, empanadas, peixe e sobremesa.
Cuia — O menu custa R$ 295 por pessoa e a harmonização R$ 120. Inclui "cappuccino" de cogumelo yanomami com espuma de queijo cuesta, crudo de angus com creme de cogumelos, pargo com molho de castanha de caju e pupunha assada e suflê de chocolate 70% com sorbet de cumaru.
Baco Divino — Lá, o menu é harmonizado e custa R$ 470 por casal. Inclui: Espumante Terroir de Chuva, Vinha Unna; o branco português Pequenos Rebentos, Marcio Lopes; o tinto espanhol El Picoteo, Bodegas Piqueras; e o Porto Maynards, Barão de Vilar.
Barouche — O menu fechado especial, com duas receitas inéditas e uma seleção de cinco pequenos pratos do cardápio fixo sai a R$ 281 por pessoa (taxa de serviço à parte) e inclui quatro drinques da carta, à escolha do cliente.
Elevado Bar, Vila Buarque — Um menu de cinco etapas com harmonização é o lance aqui. Entre os vinhos, o brasileiro Lírica Crua, Hermann; Le Chardonnay Grand Vin, Villard (delíciaaaaaaaa), de Casablanca, no Chile; e o Sonrojo, La Calandria, de Navarra, na Espanha.
Preguiça de sair?
A Ana Soares preparou o Capelone de pato com laranja (R$72, 400g), o cappellacci de alcachofra (R$58), e o panzerotti de gorgonzola e pera (R$65). Há diferentes molhos para acompanhar por um preço adicional. Agora, o que me chamou atenção foram as entradas: paté-mousse de fígado (R$60, 200g); terrine de ave (R$75, 250g) e a bela e saborosa tatin de chèvre, tomate confitado e tomilho (R$85, duas unidades).
A Wines4U e a Oka Caburé dão 10% de desconto em kits de comida e vinho para comemorar em casa. Tem muita coisa apetitosa.
Na Belle Cave, campanha "Ame, Brinde e Repita" oferece descontos progressivos de até 20%.
Se tiver mais dica, conta aqui!
Só mais um golinho
Em clima de chamego, mais uma do bebiodicionario: